A Universidade Federal de Uberlândia (UFU) está desenvolvendo com parceiros quatro projetos de melhoramento genético para pecuária de corte. Destes, três são realizados na Fazenda Experimental Capim Branco, zona oeste da cidade, com bovinos da raça nelore e um é desenvolvido na Fazenda Tufubarina, em Monte Alegre de Minas, com rebanho da raça senepol. A identificação de animais melhoradores e o uso deles por mais fazendas na geração de descendentes com melhor qualidade genética são alguns dos benefícios da pesquisa para os pecuaristas. Os projetos também possibilitam o aprendizado na prática para os alunos dos cursos de Zootecnia, Medicina Veterinária e Agronomia.

 

Além disso, são geradas informações sobre a pecuária na região. Nos últimos 4 anos, 246 animais passaram pela prova de desempenho individual de touros nelores, que dura 294 dias. Segundo a coordenadora do projeto, professora Carina Ubirajara de Faria, as fazendas de seis estados encaminham os melhores animais que são avaliados nos critérios velocidade de crescimento, ganho de peso, precocidade sexual, qualidade da carcaça, rendimento, acabamento e biotipo animal.

Ela disse que os animais são ranqueados de acordo um índice de seleção da UFU e os 50% melhores participam de um leilão que acontece durante a exposição agropecuária do Sindicato Rural de Uberlândia. “O melhor touro de cada ano é encaminhado para uma central de inseminação artificial onde passa por um teste de progênie.”

Também neste ano, foi criado o Centro de Avaliação Genética para Eficiência Alimentar pelo sistema Grow Safe, que permite mensurar 24 horas por dia o consumo de alimento por animal. O teste exige confinamento, dura 90 dias e permite identificar os animais com menor consumo e maior ganho de peso. “Com esse teste, podemos otimizar a produção, uma vez que a alimentação é o fator de maior custo na criação de gado.”

Criadores vão receber sêmen de touro de destaque a um menor custo

A criação de um núcleo de seleção nelore com um sistema de cria, recria e reprodução de um rebanho PO registrado pela ABCZ e avaliado geneticamente pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU) e pela Associação Nacional dos Criadores e Pesquisadores (ANCP), é o terceiro projeto do Programa Pecuária Sustentável – o Nelore do Portal do Cerrado. O projeto já conta com cerca de 40 fêmeas da série UFU, resultado da parceria com quatro fazendas, de acordo com a professora de Melhoramento Genético da Faculdade de Medicina Veterinária e coordenadora do projeto, Carina Ubirajara de Faria.

Ela disse que, quando o número chegar a 100 fêmeas, as crias serão comercializadas. “A longo prazo, queremos produzir um touro de destaque que possa ser contratado por uma central de inseminação artificial”, afirmou. O projeto vai permitir também auxiliar as fazendas nos critérios de seleção fornecendo sêmen a um menor custo para os criadores, de acordo com Carina Faria.

Avaliação dura mais de 160 dias

A avaliação de desempenho de machos e fêmeas da raça senepol também é um projeto desenvolvido pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU) em parceria com a Fazenda Tufubarina, no município de Monte Alegre de Minas. De acordo com a professora de Melhoramento Genético da Faculdade de Medicina Veterinária e coordenadora do projeto, Carina Ubirajara de Faria, ganho de peso, perímetro escrotal, acabamento, marmoreio, biotipo são algumas das características avaliadas. Também são feitas ultrassonografias reprodutivas em fêmeas e ultrassonografia da carcaça. Ela disse que a avaliação dura 168 dias e os animais são alimentados por confinamento.

 

Com o resultado, os animais são classificados nas categorias: elite, superior, regular e inferior. Os touros que se destacam são contratados por uma central de inseminação artificial e o sêmen é utilizado para o melhoramento da espécie. A coordenadora disse ainda que mais de 20 pessoas, entre pesquisadores, professores e alunos, estão envolvidas nos quatro projetos e nove trabalhos de graduação que estão sendo escritos.

Fonte: Jornal Correio de Uberlândia.